20 de maio de 2014

18 de maio - Origem

Morte da menina Araceli Cabrera Sanches eternizou o 18 de maio
Nesta mesma data, em 1973, criança foi raptada e morreu depois de ser violentada e torturada. Caso é um dos maiores mistérios policiais do Brasil

Estado de Minas
Publicação: 18/05/2012 00:00 Atualização: 18/05/2012 12:28
Corpo da menina ficou mais de três anos na gaveta do Instituto Médico Legal (Divulgação/Caso Araceli)
18 de maio de 1973. A menina Araceli Cabrera Sanches, de apenas oito anos, sai de sua casa, no Bairro Fátima, em Serra (ES), para ir à escola e não volta mais. Era uma sexta-feira. Naquele dia, a filha do eletricista Gabriel Crespo e da boliviana radicada no país, Lola Sanches, foi espancada, torturada, drogada, violentada e morta. Araceli teve partes da barriga, dos seios e da vagina dilaceradas com mordidas em uma orgia regada a cocaína e LSD. Seu corpo foi queimado com ácido e permaneceu durante mais de três anos na gaveta do Instituto Médico Legal de Vitória, até que uma investigação que terminou com pelo menos 14 execuções e nenhum condenado fosse iniciada.

Leia na íntegra o Especial Pedofilia é Crime

Não é por acaso que nesta sexta-feira - exatos 39 anos depois - acontece o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. O 18 de maio foi escolhido pela Lei Federal 9970/00 em referência ao caso, símbolo na luta contra esta forma de violência. A história da menina nunca foi completamente esclarecida, mas a memória da barbárie capixaba segue viva entre aqueles que combatem os abusos.

Investigações e corrupção

As investigações e os crimes que envolvem o processo são contados com detalhes por José Louzeiro no livro "Aracelli, meu amor" (na certidão de nascimento o nome da menina aparece com um 'L', mas nos demais registros com dois, por isso a diferença no título da obra). Segundo conta o escritor, entre os primeiros executados estão o policial Homero Dias, que cuidava do caso, e o criminoso "Boca Negra", que teria testemunhado a morte do primeiro com o "fogo amigo". A trama vai além e envolve denúncias de corrupção contra a polícia e contra o Tribunal de Justiça capixaba - hoje o mesmo exibe em seu portal um "contador" celebrando o número de dias sem denúncias de abuso sexual infantil.

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